A “MARDITA DE 64” E “GENTE DO BEM”.
Muita gente acha que seus familiares
são gente boa, honesta, decente e incapaz de cometer o mal. Mas, sempre tem o
mas, muitos hoje posam de bonzinhos ou realmente não prestam e se orgulham do
que fizeram.
Os militares não derrubaram João
Goulart e nem organizaram a estrutura de terror estatal que torturou,
violentou, estuprou a matou por 21 anos, sozinhos, tiveram apoio de muita
“gente do bem”.
Mulheres da elite conservadora,
inspiradas e patrocinadas pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais,
Instituto Brasileiro de Ação Democrática, cúpula da Igreja Católica e grandes
empresários atuaram durante os anos de chumbo.
Vamos apenas a alguns nomes de
destaque para evidenciar que o capital atuou na ditadura. Grandes empresas do
país estão entre os articuladores do golpe, a quem os generais abriram o estado
ao butim destes patrocinadores, multiplicando lucros e poder e muitos foram
nomeados para cargos biônicos, como por exemplo, Laudo Natel, Abreu Sodré, Paulo
Egydio Martins, Paulo Maluf, Antonio Carlos Magalhães, Marco Maciel, Jorge
Bornhausen e outros. Banqueiros também apoiaram, como Olavo Egydio Setubal
(Itaú) e Amador Aguiar (Bradesco). Tivemos também empreiteiros como Sebastião
Ferraz de Camargo Penteado (Camargo Corrêa) muito amigo do ditador paraguaio
Alfredo Stroessner, de quem ganhou a construção de Itaipú. Tambem a Ford e a
General Motors contribuíram com o terror.
O empresário dinamarquês Henning
Boilesen, presidente da Ultragas, figura de grande sadismo, financiou a Oban,
assistia sessões de tortura e criou a Pianola de Boilesen, aparelho que
controlava a intensidade de choques elétricos.
Mais alguns empresários, como João
Carlos Di Genio (Grupo Objetivo, Unip...), Luiz Gama Filho (Univ. Gama Filho),
João Uchôa Cavalcanti Netto (Faculdades Estácio de Sá) e Pery Igel (dono do
grupo Ultra).
Na mídia a “mardita de 64” teve
grandes colaboradores, que atuaram como cão de guarda do regime. Roberto
Marinho pode transformar a Globo num dos maiores impérios de mídia, o Grupo
Abril da família Civita, e RBS de Mauricio Sirotsky Sobrinho também se aliaram
aos militares. O grupo Folha cedia carro aos militares para transporte de
presos políticos.
Esta divulgação é necessária porque
na mídia não saem estas noticias, apenas na imprensa alternativa que têm o
topete de encarar verdades que desagradam os poderosos. Os dados acima foram
pinçados de Caros Amilgos nº 56 de maio de 2012.