sábado, 4 de maio de 2013


A “MARDITA DE 64” E “GENTE DO BEM”.

            Muita gente acha que seus familiares são gente boa, honesta, decente e incapaz de cometer o mal. Mas, sempre tem o mas, muitos hoje posam de bonzinhos ou realmente não prestam e se orgulham do que fizeram.
            Os militares não derrubaram João Goulart e nem organizaram a estrutura de terror estatal que torturou, violentou, estuprou a matou por 21 anos, sozinhos, tiveram apoio de muita “gente do bem”.
            Mulheres da elite conservadora, inspiradas e patrocinadas pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, Instituto Brasileiro de Ação Democrática, cúpula da Igreja Católica e grandes empresários atuaram durante os anos de chumbo.
            Vamos apenas a alguns nomes de destaque para evidenciar que o capital atuou na ditadura. Grandes empresas do país estão entre os articuladores do golpe, a quem os generais abriram o estado ao butim destes patrocinadores, multiplicando lucros e poder e muitos foram nomeados para cargos biônicos, como por exemplo, Laudo Natel, Abreu Sodré, Paulo Egydio Martins, Paulo Maluf, Antonio Carlos Magalhães, Marco Maciel, Jorge Bornhausen e outros. Banqueiros também apoiaram, como Olavo Egydio Setubal (Itaú) e Amador Aguiar (Bradesco). Tivemos também empreiteiros como Sebastião Ferraz de Camargo Penteado (Camargo Corrêa) muito amigo do ditador paraguaio Alfredo Stroessner, de quem ganhou a construção de Itaipú. Tambem a Ford e a General Motors contribuíram com o terror.
            O empresário dinamarquês Henning Boilesen, presidente da Ultragas, figura de grande sadismo, financiou a Oban, assistia sessões de tortura e criou a Pianola de Boilesen, aparelho que controlava a intensidade de choques elétricos.
            Mais alguns empresários, como João Carlos Di Genio (Grupo Objetivo, Unip...), Luiz Gama Filho (Univ. Gama Filho), João Uchôa Cavalcanti Netto (Faculdades Estácio de Sá) e Pery Igel (dono do grupo Ultra).
            Na mídia a “mardita de 64” teve grandes colaboradores, que atuaram como cão de guarda do regime. Roberto Marinho pode transformar a Globo num dos maiores impérios de mídia, o Grupo Abril da família Civita, e RBS de Mauricio Sirotsky Sobrinho também se aliaram aos militares. O grupo Folha cedia carro aos militares para transporte de presos políticos.
            Esta divulgação é necessária porque na mídia não saem estas noticias, apenas na imprensa alternativa que têm o topete de encarar verdades que desagradam os poderosos. Os dados acima foram pinçados de Caros Amilgos nº 56 de maio de 2012.

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