sábado, 27 de agosto de 2011

POESIA

SECA (1987)

-o caboclo tem vontade da revolta contra a seca, mas lhe ensinaram que é a vontade de deus, e ele tem medo-

O ar geme,

Chora e implora.

A língua enrola,

Na poeira embola.

O cheiro do úmido

Já não tem memória.

A preguiça embutida na indolência

É a repressão da revolta,

Um ódio pecado,

Ira contra o mundo,

Contra deus.

Mas a reza tudo encobre

No confuso sentimento de perdão,

Que não sabe se vale a pena.

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