sábado, 8 de outubro de 2016

CATACLISMA

Por várias vezes escrevi que o homem é o único animal irracional, pois é o único que caminha para a auto- destruição. Achei um que compactua com minhas ideias. É esse o mundo que irão deixar para seus filhos, netos e demais e, que deixarei para meus filhos. Segue um pequeno resumo de artigo da Carta Capital.

O METEORO SOMOS NÓS
                Antonio Luiz M C Costa (jornalista e escritor)

......A detonação da primeira bomba atômica apropriada como símbolo, um equivalente real e laico do momento mítico no qual Adão e Eva comeram o fruto proibido. A Revolução Industrial é ainda mais importante pelas consequências (enquanto não houver uma guerra nuclear generalizada), mas é um processo de mais de dois séculos com o qual nos acostumamos demais.
                A questão é que o impacto humano no funcionamento do ambiente planetário tornou-se comparável a grandes forças da natureza, como a expansão e retração das geleiras, ou mesmo o meteorito cuja queda teria liquidado os dinossauros. A composição da atmosfera está sendo drasticamente modificada .... com efeitos na temperatura média do planeta, no clima e na acidificação dos oceanos e, em breve, no nível do mar. Isótopos e compostos químicos persistentes e inexistentes na natureza, do plutônio ao PVC, misturam-se ao solo e à água e deixam marcas indeléveis nos sedimentos marinhos e lacustres, nas geleiras e nas estalactites e estalagmites das cavernas. Espécies de animais e vegetais extinguem-se a um ritmo cem a mil vezes mais rápidos do que em tempos normais. A maioria das espécies selvagens de médio e grande porte está hoje extinta ou aparentemente condenada. ...  Não foi uma mudança de grau, mas de qualidade, da qual nos damos conta tarde demais para reverte-la. É possível, no máximo tentar desacelera-la, e isso se mudarem de direção os ventos direitistas hoje prevalecentes na politica e na economia e o desenvolvimento, promoção e difusão de tecnologias mais limpas se tornarem a prioridade máxima. ...  Restam duas possibilidades. Uma é a humanidade aprender a sustentar um ponto de equilíbrio artificial com o ambiente terrestre, no qual seja possível sobreviver ainda que em condições muito diferentes daquelas às quais a espécie humana se adaptou biologicamente e nas quais construiu suas culturas e civilizações. Será um mundo mais quente, de ar viciado, oceanos ácidos, terras habitáveis reduzidas em extensão, sem consumo de combustíveis fósseis ou materiais não recicláveis e – o que talvez seja ainda mais difícil de imaginar – sem crescimento econômico ou capitalismo tal como os entendemos hoje. Não é possível a produção crescer sem fim em um mundo finito....  A outra possibilidade é esse equilíbrio não ser atingido e o ambiente entrar em uma espiral incontrolável de deterioração ambiental até a vida humana se tornar impossível. Tanto pior para a humanidade e para a maioria das espécies vivas ainda existentes, ...


Carta capital 07 de set de 2016 nº 917, pag. 44.

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